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Escritos Dispersos

"Todos começamos por ser crianças." "Com tempo, perseverança e esperança, tudo se alcança."

Escritos Dispersos

"Todos começamos por ser crianças." "Com tempo, perseverança e esperança, tudo se alcança."

Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social

 http://www.2010combateapobreza.pt/

 

(Re) Integração de pessoas...

 

Prevenção, intervenção, integração e acompanhamento...

 

Familiares sem vergonha...

Idosos ficam meses internados com «alta» à espera da família

 
Dezenas de idosos vivem nos hospitais sem precisar de cuidados de saúde. As famílias alegam falta de condições para os receber e nos estabelecimentos públicos não há vagas. Em Lisboa, está uma senhora numa cama de hospital desde Julho
 
Numa ronda por alguns centros hospitalares do país, a agência Lusa encontrou mais de 30 histórias de utentes que permaneciam internados apesar de já terem tido alta clínica. Quando recuperaram, algumas famílias negaram-se a levá-los para casa, desligando telemóveis e dando moradas falsas para não serem contactadas.
 
A maioria, no entanto, mantém uma ligação, visita o paciente e preocupa-se, mas não tem condições em casa para tomar conta do familiar. «Os idosos são como os meninos dos infantários, precisam de cuidados permanentes», lembrou Ana Paula Gonçalves, presidente do Conselho de Administração do Hospital de Faro. Resultado: «O drama das famílias é enorme».
 
«Havia uma senhora que nos pedia que ficássemos com o pai dela. Ela gostava dele, vinha vê-lo todos os dias, mas não tinha condições para o ter em casa. Ele acabou por falecer aqui, no hospital», recordou.
 
Mesmo quando alertados para o perigo das infecções hospitalares, «os filhos continuam a pedir para que os pais fiquem nos hospitais», lembrou Ana Almeida, responsável pelo serviço social do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, onde estão referenciados «seis ou sete casos». A justificação dada pelas famílias é invariavelmente a falta de condições financeiras e de tempo.
 
Para estas, a única solução que encontram é arranjar vaga na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), uma estrutura lançada em 2006 para prestar «cuidados de saúde e apoio social» a «pessoas em situação de dependência», como define a legislação.
«A Rede fez com que as famílias deixassem de querer levar as pessoas para casa. Antes, como não tinham esta expectativa, acabavam por levá-los, agora dizem que não têm condições», lamentou Manuel Delgado, presidente do Conselho de Administração do Hospital Curry Cabral.
 
A presidente do Conselho de Administração do Hospital de Faro resume a situação em poucas palavras: «Acordámos tarde para o problema e agora estamos a passar um mau bocado».
 
Ana Paula Gonçalves acredita que «a Rede de Cuidados Continuados vai dar resposta», apesar de «ainda só existem três mil camas num país que identificou serem precisas 19 mil».
 
Só do Curry Cabral são encaminhados anualmente para a RNCCI cerca de 500 doentes, disse Manuel Delgado, explicando que a falta de resposta obriga a «ficar internado no hospital mais tempo».
 
A demora para conseguir uma vaga varia consoante os casos. Manuel Delgado garante serem apenas «30 a 60 dias», mas Ana Almeida fala em «quatro a cinco meses»: «Temos uma senhora que está cá desde Julho e só deverá ter resposta em Janeiro», exemplifica.
 
As assistentes sociais usam muitas vezes a RNCCI como «arma» para negociar, garantindo às famílias que a estadia em casa é temporária. No entanto, «muitos não os levam porque desconfiam destas palavras», sublinhou Manuel Delgado.
 
No extremo estão as famílias que dependem da «magra reforma» do idoso internado. «Sem apoios, sabem que ao levá-lo para casa vão precisar de apoio domiciliário, alimentação, medicamentos, fraldas e, por isso, não o abandonam, mas fazem grande resistência a levá-lo», referiu Ana Almeida.
 
Manuel Delgado garantiu, no entanto, que este não é um problema exclusivo dos desfavorecidos: «Na classe média também acontece. Não é só por falta de recursos financeiros que se recusam a ficar com o familiar idoso. São pessoas mais egoístas, menos solidárias».
 
As assistentes sociais «lutam diariamente» contra estas situações. «Há momentos em que desesperamos. Há quatro anos vasculhei tudo porque achava que tinha que haver alguma legislação que obrigasse estas famílias a serem responsáveis», recordou Ana Almeida.
 
A legislação não obriga a nada [?!]*e «as assistentes sociais ainda não fazem milagres», ironizou Manuel Delgado, lembrando o caso ainda mais grave dos idosos que vivem sós e não têm alternativa aos serviços públicos. Porque nos hospitais, garante o responsável, «ninguém põe os doentes na rua».
 
Numa ronda pelos hospitais, a Lusa descobriu 17 idosos com alta a viver no Centro Hospitalar de Lisboa Central e outros cinco no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio. Nos hospitais de São João (Porto), Faro e Garcia de Orta (Almada) os responsáveis não avançaram números, mas confirmaram a existência de casos semelhantes.
 
Lusa/SOL
 
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=121972
 
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CÓDIGO CIVIL
 

 

Por alimentos entende-se tudo o que é indispensável ao sustento, habitação e vestuário.


Os alimentos serão proporcionados aos meios daquele que houver de prestá-los e à necessidade daquele que houver de recebê-los.

 

Artigo 2009.º - (Pessoas obrigadas a alimentos)


       1. Estão vinculados à prestação de alimentos, pela ordem indicada:

              a) O cônjuge ou o ex-cônjuge;
              b) Os descendentes;
              c) Os ascendentes;
              d) Os irmãos;
              e) Os tios, durante a menoridade do alimentando;
              f) O padrasto e a madrasta, relativamente a enteados menores que estejam, ou estivessem no momento da morte do cônjuge, a cargo deste.

       2. Entre as pessoas designadas nas alíneas b) e c) do número anterior, a obrigação defere-se segundo a ordem da sucessão legítima.

 

       3. Se algum dos vinculados não puder prestar os alimentos ou não puder saldar integralmente a sua responsabilidade, o encargo recai sobre os onerados subsequentes.

 

CÓDIGO PENAL

 

Artigo 138.º - Exposição ou abandono


       1 - Quem colocar em perigo a vida de outra pessoa:

              a) Expondo-a em lugar que a sujeite a uma situação de que ela, só por si, não possa defender-se; ou
              b) Abandonando-a sem defesa, sempre que ao agente coubesse o dever de a guardar, vigiar ou assistir;

       é punido com pena de prisão de um a cinco anos. 


       2 - Se o facto for praticado por ascendente ou descendente, adoptante ou adoptado da vítima, o agente é punido com pena de prisão de dois a cinco anos. 


       3 - Se do facto resultar:

              a) Ofensa à integridade física grave, o agente é punido com pena de prisão de dois a oito anos;
              b) A morte, o agente é punido com pena de prisão de três a dez anos.

Ausência...

 

Estive doente! Aliás, desde Fevereiro que andei em sucessivos, esgotantes e algo inesperados internamentos hospitalares para tentarem descobrir uma “hemorragia digestiva de etiologia desconhecida”, posteriormente uma “hemorragia obscura” e… finalmente, uma intervenção cirúrgica de urgência… Por esta última estive forçosamente “ausente” nos últimos quinze dias… de casa, das minhas três meninas, da restante família, dos amigos e do trabalho (incluindo o blog) (que se enquadra no meu conceito de trabalho/descontração).
 
Recebi o apoio incansável de toda a família, também de alguns AMIGOS… outros, como é natural, nestes momentos mais dramáticos da vida, nem conseguem saber “exactamente a cama onde nos encontramos internados”“julgam que toda a família desliga telefones, telemóveis e Internet”“não conseguem enviar um simples SMS”… ou “pensam que não gostamos de visitas ou mensagens de apoio”… É uma “cegueira” ou “ignorância” ficcionada… dos pretensos e sempre oportunistas “amigos”
 
Assim, não vos querendo maçar muito (neste dia de feliz regresso (16.05.2008)), aproveito a oportunidade para transmitir um obrigado muito especial a todos aqueles que estiveram - e continuarão - ao meu lado neste período muito difícil (e cheio de incerteza) da minha vida pessoal (afectando também, inevitavelmente, a vida das minhas três meninas), aos médicos, aos jovens estudantes de Medicina (alunos dos 3.º e 5.º anos da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa), que me visitaram enquanto estive internado, fazendo-me boa companhia com as suas extensas e interessantes questões para fins académicos), aos enfermeiros, ao pessoal auxiliar e administrativo, ao padre que nos visitava, aos meus companheiros de internamento (alguns/algumas não sobreviveram, outros/outras poderão ainda não sobreviver), aos seus familiares e às visitas quotidianas. BEM HAJAM TODOS! FORÇA!
 
Depois de grave doença (re) nasce-se outra vez, com um olhar diferente para a vida, tudo parece (re) começar de novo. Vê-se quem nos quer bem! Começamos a esquecer os “restantes”, distinguindo muito claramente o “trigo do joio”.
 
Voltarei devagarinho, na “velocidade” que a melhoria da saúde me permitir.
 
Bem Hajam, caros visitantes! Com votos de saúde para todos.

Aumenta o número de idosos abandonados nos hospitais... são os chamados "casos sociais"...

 com possibilidade de alta clínica... mas agarrados a macas (bem diferentes de camas) largas dezenas de dias quando não meses...
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«São cada vez mais os idosos que chegam aos hospitais com problemas de saúde e ali são abandonados a ocupar camas e a sofrer com este abandono que, em alguns casos, só acaba com a morte.
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O Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) contabiliza, pelo menos, um «caso social» por semana.
[neste momento estão lá alguns, bem conscientes, muito desconfortavelmente em maca, sem almofada (por vezes sempre amarrados à maca, com faldra, por justificadas razões de segurança), no corredor do SO] [são excepcionalmente bem tratados pelos Médicos, Enfermeiros e Pessoal Auxiliar, com muito respeito e carinho (o possível, naquele ambiente onde se "amontoa"  doença, sofrimento, dor, luta pela sobrevivência e, por vezes, a "irreversível" morte), mas sofrem imenso aquele abandono, aquela "prisão"...].
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Trata-se de idosos que dão entrada na urgência hospitalar com problemas associados à idade ou situações crónicas agudizadas e que, após alta clínica, ninguém os vem reclamar.
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Luís Cunha é o director do serviço de urgências do Hospital Fernando Fonseca e, em declarações à Agência Lusa, mostrou-se preocupado com esta situação, que traduz uma cada vez maior «desresponsabilização pelos idosos».
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Uns chegam acompanhados por familiares - que depois nunca mais os vêm ver e muito menos buscar -, outros pelos serviços de emergência médica e, como vivem sozinhos, não têm condições para regressar a casa.
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Outros ainda são deixados pelas instituições (lares) que alegam não ter condições clínicas para os acolher.
[outros são ABANDONADOS pelos próprios filhos!]
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Chegam aflitos e assim permanecem, apesar de curados das maleitas físicas.
Em alguns casos, como explicou Luís Cunha [que bom saber que existem Médicos assim, permanentemente empenhados e dedicados aos "seus" doentes, num Serviço onde se "amontoa"  doença, sofrimento, dor, luta pela sobrevivência e, por vezes, a "irreversível" morte] ganham depressões por terem o discernimento suficiente para entender que foram abandonados.
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Não é que falem sobre este abandono. Sentem-se envergonhados e cultivam o silêncio em redor deste assunto. Outros, os que estão inconscientes por causa das incapacidades físicas e mentais resultantes da doença que os conduziu ao hospital, estão livres da consciência deste desamparo.
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O tempo invernal é, cada vez mais, sinónimo de mais hospitalizações de idosos que são particularmente susceptíveis ao frio e às infecções respiratórias.
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Por esta razão, desde Novembro que tem aumentado o número de idosos internados e de altas clínicas que não são seguidas da natural saída do hospital e transformam os doentes em casos sociais.
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O Hospital Fernando Fonseca não é o único a braços com este problema que agudiza a crónica falta de camas. No Hospital Curry Cabral, os casos sociais são uma verdadeira dor de cabeça para o presidente do conselho de administração.
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Pedro Canas Mendes contou à Lusa que este hospital contabiliza dezenas de casos sociais, alguns dos quais com alta clínica há meses.
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Tal como acontece em outras instituições de saúde, estes idosos dão entrada pelas urgências com as mais variadas causas, mas ali ficam porque ninguém os «reclama».
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O Hospital Curry Cabral, em Lisboa, tem actualmente cerca de 10% das suas camas ocupadas com estes casos sociais.
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Pedro Canas Mendes explicou que só graças ao trabalho das assistentes sociais se têm encontrado soluções para alguns destes casos, mas manifesta-se preocupado com as situações mais complicadas dos que «nunca vão sair daqui».
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Estes casos sociais têm aumentado nos últimos dois meses - devido às condições atmosféricas e consequentes problemas de saúde - e o Hospital Curry Cabral começa a ficar sem grandes soluções para os resolver.
«Não os podemos pôr na rua, porque somos humanos e a nossa função é salvar vidas», disse.
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Pedro Canas Mendes defende uma solução que passe por alternativas ao hospital e depositou confiança na rede de cuidados continuados que o governo está a criar.
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Até lá, os profissionais vêem-se obrigados a acolher em macas doentes que poderiam estar em camas que estão ocupadas com casos sociais. [os "casos sociais" que conheço estão todos em macas!]
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No Hospital de São João, no Porto, um quarto dos cerca de 450 doentes atendidos diariamente na urgência tem mais de 65 anos e esta percentagem tende a aumentar.
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Em declarações à Lusa, o director do serviço de urgências, José Artur Paiva, afirmou que estes doentes chegam normalmente com doença aguda ou outras patologias que agravam o prognóstico de doença aguda.
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De acordo com José Artur Paiva, uma significativa quantidade de doentes constitui, além de um problema clínico, um «problema social».
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«São doentes sem um substrato familiar que os apoie e suporte as deficiências associadas à doença ou então são doentes cuja manifestação aguda da sua doença crónica faz transbordar a incapacidade da família para suprir o seu estado de saúde», explicou.
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José Artur Paiva frisou que, «em certos casos, a família tem vontade, mas não consegue ajudar o doente», mas reconhece que, em outros casos, existe mesmo abandono. [abandono pessoal e institucional!]
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Nos primeiros casos, o hospital activa o serviço social e procura encontrar uma solução. Nos casos de abandono, a unidade de saúde exorta a família a perceber o seu papel, explicou.
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O director do serviço de urgências do Hospital de São João adiantou que, na maioria das vezes e devido às doenças que os afectam, principalmente do foro cerebrovascular, os idosos não têm noção de que são abandonados.
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In http://www.srsdocs.com/parcerias/revista_imprensa/diversos/2006/div_2006_02_23_04.htm
 

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